quarta-feira, 20 de março de 2013

Como poupar: scooter in the city




De todas as medidas que tomei para reduzir os meus custos mensais, comprar mota foi, de longe, a que mais impacto teve nas minhas finanças.


Já ando de mota desde 2003. Na época, deixei de ter um ordenado decente para passar a estagiária e a ganhar como tal. Com uma redução de cerca de 60% do vencimento mensal, foi preciso ser criativa para manter um estilo de vida parecido com o qual estava acostumada.


O meu meio de transporte privilegiado até então era o automóvel. Perder horas no trânsito, gastar uma pequena fortuna em gasolina, parquímetros, multas e bloqueadores faziam parte da minha rotina diária.

Havia maiores preconceitos contra as motas . E mulher de mota então, nem se fala (há muito provinciano por essa cidade fora!). Para além dos olhares reprovadores, ouvi muitas frases do género: “És completamente louca”, “Vais ter acidente”, “Raparigas de boas famílias não andam de mota”, “Isso é meio de transporte para gente pouco recomendável” e por aí …

Factor determinante para vencer o preconceito foi uma visita a Roma no Verão de 2003. Dei de caras com um “enxame” de Vespas por toda a cidade (cenário que se repetiu em Milão e Florença). O que mais me fascinou foi ver que mesmo as mulheres de negócios, hiper chic, de saia travada e stilletto, não prescindiam da sua Vespa para se deslocar dentro da cidade.

Pensei para comigo: why the hell not???



Facto incontornável era a falta de dinheiro para o luxo de andar de carro todos os dias. Além do custo do combustível , a Emel estava a aparecer em força nas ruas da cidade, multando e bloqueando tudo o que mexesse. E, sinceramente, não me apetecia andar de transportes públicos.



Ao contrário do que se possa pensar, o clima nunca foi impedimento para andar de mota. Na verdade, poucos são os dias no ano (diria que não chegam a uma semana por ano) em que a meteorologia me impede de utilizar a mota.

Já nem falo nas outras vantagens óbvias. Chegar a tempo e horas a todo o lado e de não perder a sanidade mental no trânsito ou à procura de um lugar de estacionamento são as mais evidentes.

Mas vamos a contas que é o que interessa. O investimento inicial foi de cerca de 1800 euros para comprar uma scooter nova (hoje continuam a existir opções abaixo dos 2000 euros). Optei por um modelo de 110 cm3 para poder passar a ponte e andar na auto-estrada. Não sendo a máquina mais potente, adequa-se perfeitamente ao trânsito citadino.

Os consumos de combustível são na ordem dos 2,5 litros. Eu gasto uma média de 10 euros/mês em combustível. O seguro, infelizmente, não é tão barato quanto se desejaria, mas mesmo assim situa-se nos 11 euros / mês.

Ora, admitindo que a alternativa mais barata é o transporte público e que o respectivo passe da Carris e Metro custa, no mínimo, 35 euros por mês… do the math yourself.

Ao fim de 10 anos a andar de mota, continuo tão convicta da minha opção quanto no primeiro dia.

1 comentário:

  1. Essas contas são fantásticas! Eu não tenho coragem de andar de mota. Agora ando muito mais a pé e de transportes. Antes fazia quase tudo de carro. Sou de uma geração em que os adolescente tinham motas e conheci muita gente que teve acidentes (uns por inconsciências e outros sem culpa nehuma). Mas sem dúvida é uma boa solução. Na Primavera e Verão deve ser óptimo, fantástico.

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