terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Segurança Social: uma miragem?

Segundo o Jornal de Negócios de hoje, Taro Aso (ministro das finanças japonês) fez comentários polémicos em relação aos mais idosos. Terá proferido pérolas como  "Deus queira que (os idosos) não sejam forçados a viver até quando quiserem morrer" e "o problema (solvabilidade do sistema de segurança social) não tem solução, a não ser que os deixemos morrer (os velhinhos, entenda-se), e depressa". 

Isto num país onde 1/4 da população tem mais de 60 anos. Ainda por cima, o próprio já não caminha para novo. Só lhe posso desejar é que não apanhe uma doença qualquer. Pode ser que alguém também lhe diga que tem que morrer depressa para não sobrecarregar as contas do Estado.

Como é óbvio, estas afirmações são chocantes. Inqualificáveis. Seja qual for a abordagem que se adopte. 

Contudo, o mais preocupante é que estas afirmações são o reflexo do problema que afecta os países desenvolvidos: a sobrevivência do actual sistema de segurança social.

O aumento da esperança média de vida, potenciado pelas melhorias das condições de vida da população e pelos avanços científicos na área da saúde, trouxe uma "nova" realidade: uma população envelhecida. 

Sounds familiar? É que temos um problema parecido dentro de portas.  

Do outro lado do Atlântico, a situação está não melhor. Os EUA confrontam-se com o facto de os baby-boomers estarem a chegar à idade da reforma. E as medidas apontadas não divergem em muito das preconizadas a nível nacional: aumento da idade da reforma, aumento dos impostos, cortes nas prestações sociais. 

Concorde-se ou não, a questão é incontornável. E não existem soluções milagrosas. 

Por cá, os nossos governantes, apesar de todas as gaffes, ainda não se "esticaram" a este ponto. Bem vistas as coisas, se calhar devíamos ficar felizes. 

É que passar a trabalhar até aos 65 anos já não me parece assim tão mau se pensar nas alternativas propostas pelo ministro japonês.

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